Edigar Mão Branca Edigar Mão Branca - Seca no Maranhão

81 não choveu no Maranhão
82 a crise foi de matar
83 ainda foi muito pior,
os fazendeiros não puderam suportar
Secou o pasto, tudo desapareceu
O gado todo morreu, em quase todo lugar

Lá na fazenda Boa fé do Maranhão
Lá em Matinha todo gado se acabou
De fome e sede era grande o desespero
E seu Cazuza o fazendeiro chorou

Chegou o dia perguntou a seu vaqueiro
Cadê a chuva e ele lhe respostou
Olha patrão vamos ter fé em Jesus
E confiar no divino criador

Aí Cazuza retirou-se da fazenda
Angustiado com a seca despedida
Chegando em casa ele disse à sua esposa
Olha eu estou pensando na minha vida

Lá na fazenda perdi toda criação
vai acabar-se tudo que temos querida
Até o lago do coqueiro já secou
Cujas caras arribaram com a seca entristecida

Lá na fazenda uns poços que ficaram
O gado magro está morrendo atolado
De fome e sede era grande o desespero
Não tenho talo de capim no meu cercado
O jeito agora é morrer cheio de fome
que o Maranhão agora estava acabado

Mas Deus do seu com um sopro desagrado
Vendo os clamores da triste situação
Estacadores aqui na terra sofrendo
Se quando eu me mandei chutando o chão

84 o inverno segurou
E houve muitas riquezas no Maranhão
E agora todo mundo está feliz
Graças a Deus, nosso pai da criação