Nêgo!
Eu tô cansado desta merda
Da violência que desmede tudo
Da minha liberdade clandestina
De tá no meio dessa briga
Chega!
Da gente tá se apertando
Da ignorância ensandecida
Se esquivando de estatísticas
A minha paz, faz tempo, tá querendo trégua
A minha paciência se atracou com ela
Eita!
Que o sangue pinga das notícias
Vendidas como coisa bela
A merda já tá no pescoço
E a gente acostumou com ela
Nunca se sabe o que vai acontecer
Nunca se sabe o que pode acontecer
Nêgo!
A máquina acordou com fome
Vem detonando tudo em sua frente
Comendo ferro, carne e pano
Bebendo sangue e gasolina
Eita!
Sentenciado ao absurdo
De merda em merda emergindo
Um dia afoga todo mundo
E assim acaba a caganeira