Firma ponto pra Obaluaiê
Dançam almas no xirê
A Colorados vai passar
Em julho Acupe se agiganta
Tradição que nos encanta
Raízes ancestrais a desfilar
Surgem caretas, bombachos, mandus
O rosto mascarado é proteção
Pra afastar a praga de Iku
A cabocla desce pra ver
O vai quem quer em celebração
Sou preto, sou quilombola
Minha cor é resistência
Sou o herdeiro do machado de xangô
Ojuobá meu pai a sua bênção
É o clamor iorubá-nagô
(Kao kabecilê kao)
Escorre o sangue ao pé da bananeira
O ingazeiro chora pelo nosso irmão
A nega que sonhou ter liberdade
Sofreu com a crueldade do maldito capitão
O povo reunido prende o rei
A alforria no Brasil então é lei
Tem festa pra iaiá nossa madrinha
Roda de samba, capoeira e alegria
Meu povoado é patrimônio cultural
Mas hoje sofre com a poluição
E vem pedir a Iemanjá, oh mãe rainha
Que purifique as águas da nossa Bahia
Nego corre, nego corre
Fugindo das correntes
No combate à opressão
A minha escola está presente
A cada passo a escravidão fica pra trás
Marca de chibata em pele preta nunca mais