Lá no Sertão no Vale do Moxotó
A roça tá seca e a água escassa
O inverno já veio, porém não molhou nada
A cacimba não jorrou e o gado tá morrendo
O anum vai piando mais um pio de agouro
E a beata na capela vai rezando ao Padim
Meu Padim fez uma viage
E deixô meu Sertão tão sozim
Sertão, terra de homens de fibra
E mulheres bonitas
Um solo tão sofrido e cantado
Na canção do nordestino
Um homem tão forte não pode abandonar
Seu berço eterno por falta de chuva
De noite sempre vejo lá na serra
A lua cheia tão meiga
De folheto de cordel
O céu, o mel do sofredor
O céu, o mel do sofredor
Um moço tão bravo não deve aceitar
As tais explicações dos problemas do Sertão
Mais um braço tá saindo lá pro Sul
Esse corpo mergulhado em tempestade
Vai formando arrecifes encravados
No peito bem alto em São Paulo