Lá vem um potro berrando
Repartindo o macegal
Deixando marca no campo
Das patas desse animal
Do seu primeiro galope
Vem mastigando o bocal
E homem da moda antiga
No lombo deste bagual
Já dizia o dono da Estância
Eu já sei qual é o tal
Deve ser o Tibúrcio Véio
Já não é tradicional
Saio costeando o alambrado
Carreando o campo no meio
Com o sombreiro bem tapeado
Me a jeitando no arreio
Me afirmava nas esporas
Sobre a tala do meu reio
Com a cara entre as mãos
Virado num tempo feio
O perigo me rondando
E eu gostando do sarandeio
Era ele, eu e Deus
Levando no último neio
As espora trabalhando
Da paleta e da veria
O bem só arrastava no chão
E a cabeça eu pouco via
Veiaqueou uma manhã inteira
Viremos no meio dia
Minha prenda lá no rancho
Acendeu vela reveria
E pediu pra santaiada me fazer uma parceria
Só depois fiquei sabendo de coisa que eu não sabia
Respeitando o bagual véio
Conhecido ventania
Abrindo caraguatá
E o macegão balançava
E os quero-quero gritava
E ao longe o gado berrava
Naqueles fundão de campo onde o minamo soprava
Até hoje ainda me lembro
Dos golpes que ele me dava
Eu rezei e fiz promessa
Mesmo assim não adiantava
O tal bagual ventania
Me veiacava mais não parava
Assim faz um domador
Depois de um bagual domado
Andar solito no campo
Sem precisar de em costad
Eu nunca dulei cavalo
Por onde eu tenho passado
Deixo manso e de confiança
Arrodiando pro dois lado
Depois de um dia de lida
No galpão eu estou sentado
Em frente de um fogo de chão
Com o chimarrão bem cevado
Mateando com a companheira
Que pro mim tinha rezado